sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CONVERSA com o fotógrafo LUIZ BRAGA, com a participação da crítica de arte convidada MARISA MOKARZEL



Luiz Braga - Currículo Resumido

Nasceu em Belém (PA) em 1956. Iniciou-se na fotografia aos 11 anos, aos 19, montou seu primeiro estúdio, voltado para retratos, publicidade e fotografia de arquitetura. Em 1983 formou-se em arquitetura pela UFPa.

Até 1981, desenvolveu trabalhos basicamente em preto e branco. Após essa fase, encanta-se com a cor da visualidade popular da Amazônia, que se transformou no principal alicerce à partir do qual o fotógrafo projeta suas imagens, sendo o homem e seus rastros impressos nas áreas ribeirinhas de suas cidades, os elementos que determinam a construção de uma fotografia tecida em cores, luzes e signos extraídos de realidades culturais locais sem restringir–se e sem deixar–se aprisionar pelo espaço regional.

Em 1984 realiza a mostra "No Olho da Rua", sua primeira exposição em São Paulo e aquela considerada pelo autor como seu primeiro passo na constituição de sua obra.

Conquistou em 1987 o Prêmio Marc Ferrez, conferido pelo Instituto Nacional da Fotografia da Funarte, com o ensaio A Margem do Olhar, no qual retratou em preto e branco a dignidade do cabloco amazônico em seu ambiente. Foi premiado em 1991 com o Leopold Godowsky Color Photography Award, pela Universidade de Boston. Em 1996 obteve a Bolsa Vitae de Artes para realizar o trabalho Amazônia Intimista. Em 2003 foi o artista homenageado no XXI Salão Arte Pará, com sala especial, e recebeu o Prêmio Porto Seguro de Fotografia.

Realizou mais de 120 exposições, entre individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Suas fotografias compõem importantes coleções privadas e públicas como a do Centro Português de Fotografia, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Miami Art Museum, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do Museu de Arte Moderna de São Paulo que, em 2005, publicou o catálogo-livro “Retratos Amazônicos" e realizou a exposição homônima ao título do livro, em homenagem aos 30 anos de carreira do artista paraense. A comemoração foi realizada também com a grande retrospectiva "Arraial da Luz" montada no espaço do arraial de Nazaré em Belém.

Em 2009, Luiz Braga foi um dos dois representantes brasileiros escolhidos para participar da 53a. Bienal de Veneza.

Em novembro, do mesmo ano, foi contemplado com o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/FUNARTE que propiciou a destinação da série premiada “Verde-Noite, 11 raios na estrada nova, fotografia, nigthvision” , ao acervo do Museu Casa das Onze Janelas, juntamente com as demais obras doadas pelo artista. Ação que possibilitou a considerável ampliação do pequeno acervo de obras do autor já pertencentes ao museu, vindo a concretizar a formação da primeira Coleção de obras específicas do artista em uma instituição museológica da região norte.

Luiz Braga, trabalha como fotógrafo independente, em Belém.


Marisa Mokarzel - Currículo Resumido

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e mestre em História da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Coordenadora Adjunta do Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura, da Universidade da Amazônia.

Professora de História da Arte dos cursos de Artes Visuais e Tecnologia da Imagem; de Moda e de Arquitetura, da Universidade da Amazônia. Coordenadora Técnica do Projeto Rios de Terras e Águas: navegar é preciso, que participou do Programa Petrobras Cultural e gerou um livro e um DVD (2010) sobre seis artistas contemporâneos do Pará.

Foi diretora e curadora do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas da Secretaria Executiva de Cultura do Estado do Pará.

Realizou juntamente com Rosangela Britto a curadoria da exposição inaugural do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e a idealização do Laboratório das Artes, sala projetada para atender mostras experimentais.

Foi curadora do Rumos Visuais do Itaú Cultural 2005/2006, da Mostra Fiat Brasil 2006 e curadora adjunta da Bienal Naif de Piracicaba - SP 2006. Participou da comissão de seleção dos Projetos: Cultura e Pensamento (2006); Conexão Artes Visuais FUNARTE (2007); e Arte e Patrimônio (2007). Participou como palestrante convidada da mesa-redonda A ambigüidade na modernidade tardia, na ARCO8, 27ª Feira Internacional de Arte Contemporânea, em Madri (2008).

Tem realizado curadorias independentes e entre as curadorias realizadas estão: Contigüidades, arte no Pará dos anos 1970 a 2000, juntamente com Orlando Maneschy e Alexandre Sequeira, realizada no Museu Histórico do Estado do Pará (2008) e a individual de Jeims Duarte no Instituto Cultural Banco Real de Recife (2008).

Curadora juntamente com Orlando Maneschy do Arte Pará 2009.

Curadora convidada da Sala especial/ artista homenageado , Armando Queiroz -Arte Pará 2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Exposições "MARGEM" Prêmio Secult de Artes Visuais e "BANZEIRO" Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/ FUNARTE do artista MARCONE MOREIRA



O Museu Casa das Onze Janelas, é um espaço destinado à arte contemporânea, localiza-se em Belém, sendo uma unidade integrante do Sistema Integrado de Museus e Memoriais da Secretaria de Estado de Cultura do Pará. É idealizador e Coordenador do Prêmio Secult de Artes Visuais da Secult, de caráter nacional, responsável pelo fomento à produção artística contemporânea.



Sendo assim, tem o prazer de convidar para a abertura da 22ª mostra contemplada no Edital de Artes Visuais, "MARGEM" de Marcone Moreira, instalação artística . Segundo o artista "A idéia do trabalho surge a partir de um fragmento de texto do poeta paraense João de Jesus Paes Loureiro: "Entre o rio e a floresta, o infinito". Compreendo que nesse infinito encontra-se a margem, definida em seu conceito geográfico como o encontro da água com a terra. A peça que compõe o trabalho é uma estrutura que serve como contrapiso no fundo de uma canoa, embarcação usada como veículo de ligação entre as margens. Por isso optei por essa montagem, onde o trabalho se acomoda entre o chão e a parede que, mesmo partindo de uma estrutura rígida, dá uma idéia de fluidez."

A segunda instalação , trata-se de "BANZEIRO" , contemplada no Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/FUNARTE.



Em consonância às ações de aquisição e difusão de seu acervo, o Museu Casa das Onze Janelas/SIM/Secult, referendou a proposta apresentada pelo artista Marcone Moreira ao Edital Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça/FUNARTE 2009, prêmio, que que tem como objetivo, incentivar produções artísticas inéditas e destiná-las à acervos de instituições museológicas públicas e privadas sem fins lucrativos, fomentando a difusão e a criação das artes visuais no Brasil. Sendo assim, o artista veio a ser premiado e destinou ao Museu Casa das Onze Janelas a instalação “BANZEIRO”, obra inédita não pertencente a nenhum acervo público. A instalação artística é composta de 30 cavernames ( peças curvas de madeira que dão forma ao casco das embarcações) em dimensões variáveis.



Marcone Moreira é artista do Norte do Brasil ,com ampla produção e participações diversas em projetos de relevância nacional e internacional. Desenvolve um trabalho que surge a partir da coleta de materiais de descarte, com os quais elabora e constrói associações de planos de matéria ,formas e cores. Aliando arte construtiva com a rudeza de tais materiais. Sua produção é intimamente vinculada ao local de moradia do artista, Marabá . Segundo Augusto dos Anjos, em texto de apresentação de uma individual do artista , observa que “ao transformar esses restos em coisas novas, Marcone Moreira afirma, ademais, a dupla importância que o lugar onde vive – a cidade de Marabá (Pará), bem ao norte do país – possui para sua produção. Por um lado, é desse lugar de intensa movimentação de pessoas e cargas (lá se cruzam dois rios, a rodovia Transamazônica e a ferrovia Carajás) que vem quase todo o material – descarte de coisas que não possuem mais a sua funcionalidade original – que o artista seleciona, secciona, agrupa e resignifica como coisa sua” .

Desta forma, entendendo que aquisições de acervo são indispensáveis num país que sabe construir simbolicamente sua identidade e que é através da formação de uma coleção museal que torna-se possível o desenvolvimento de ações de pesquisa para produção, realização e difusão de conhecimento, o Museu Casa das Onze Janelas, referendou e incorporou a obra “Banzeiro” em seu acervo, uma vez que a ampliação de suas coleções , configura-se em uma ação fundamental da instituição, tendo como objetivo a valorização, o fomento , a difusão das artes visuais paraense e o fortalecimento das ações desenvolvidas pelo museu, que afirmará seu perfil de arena de reflexão, fomento e difusão cultural com ações que trabalham os processos de democratização da arte, inclusão social e cidadania.